Desbravando a medieval Edimburgo, capital da Escócia
Conforme explicado no post sobre a Escócia, Edimburgo é sua capital e segunda maior cidade, com mais de 400 mil habitantes e com o inglês como um dos idiomas oficiais. É também a sede da Monarquia e Parlamento escoceses, o segundo maior centro financeiro e destino turístico do Reino Unido, sendo a área da Cidade Velha considerada, desde 1999, Patrimônio da Humanidade pela UNESCO.
A história da cidade remonta a ocupações há quase 10 mil anos, mas as primeiras fortificações no atual Calton Hill, um dos montes da cidade, aconteceram apenas por volta do século VII. No entanto, somente no século XII, com a construção do Castelo de Edimburgo, o desenvolvimento se acelerou a ponto de ser considerada nos séculos seguintes como uma das cidades mais densamente populosas e com péssimas condições sanitárias da Europa.
Inicialmente o problema foi contornado com a construção de casas de até 12 andares, algo totalmente inusitado para a época. Contudo, após a unificação com a Inglaterra, a cidade expandiu para além das muralhas, pois necessitava de espaço e saúde pública, visto que a peste e outras doenças associadas ao precário saneamento acometiam grande parte da população. O resultado foi o crescimento e desenvolvimento dessa belíssima cidade, que atrai atualmente turistas de todo o mundo.
Veja nosso guia para a cidade:
Qual a melhor época para visitar Edimburgo?
A cidade possui um clima chuvoso e frio o ano todo, com temperatura média anual de 8,5ºC, sendo 15ºC no verão e 3ºC no inverno. Portanto, considere ir entre maio e setembro, quando as temperaturas são mais amenas, os dias mais longos e os parques mais verdes e floridos, embora a chuva seja ligeiramente mais frequente. Fomos em março de 2015, quando estava frio e com muito vento, mas ainda assim conseguimos desfrutar de um belo dia!
Quanto tempo ficar em Edimburgo?
O centro histórico é pequeno e facilmente percorrido a pé. Portanto, recomendamos pelo menos dois dias inteiros para conhecer a capital escocesa. Sugerimos estender a viagem para o belíssimo interior da Escócia e/ou da Inglaterra. Embora seja possível conhecer algumas regiões através de um bate e volta, recomendamos um pernoite para aproveitar com calma – foi o que fizemos.
Como chegar em Edimburgo?
Existem três opções:
- Avião: é a porta de entrada ou saída mais comum do país. O aeroporto localiza-se a 13km do centro, facilmente percorridos de ônibus (com destaque para o econômico e expresso Airlink, com saídas de 10 em 10 minutos), tram (bonde), táxi ou de carro (em caso de aluguel).
- Carro: opção interessante para aqueles que estão viajando ou viajarão pelo interior da Grã-Bretanha. A única dificuldade é a mão inglesa, sobretudo no início, mas nada que impossibilite. Alugamos o carro no aeroporto, após a chegada de Dublin.
- Trem: opção muito utilizada para os que vêm de outras cidades da Inglaterra e País de Gales.
Veja dicas de como comprar, economizar e se deslocar de trem na Europa em nosso post “Como viajar de trem na Europa“.
Onde ficar em Edimburgo?
Recomendamos se hospedar nos arredores do castelo (Old Town) ou próximo à Prince St, uma ótima rua comercial (New Town). Como estávamos de carro, um dos fatores decisivos na escolha foi um hotel com serviço de estacionamento próximo! Existem opções para todos os bolsos e gostos (veja todas aqui). Ficamos no Novotel Edinburg Centre e foi o esperado para essa ótima cadeia de hotéis – quartos amplos, confortáveis, novos e limpos! A localização era boa e pudemos fazer tudo a pé.
Em New Town, sugerimos os cinco estrelas The Balmoral Hotel, The Principal Edinburgh George Street, Waldorf Astoria Edinburgh e Kimptom, os quatro estrelas Le Monde Hotel e The Rutland Hotel e o mais simples Motel One Edinburgh-Princes.
Já em Old Town, sugerimos os cinco estrelas G&V Royal Mile Hotel e The Witchery by the Castle, os quatro estrelas Radisson Blu Hotel, Apex City of Edinburgh Hotel, Doubletree by Hilton Edinburgh City Centre e Apex Grassmarket Hotel e os mais simples Motel One Edinburgh-Royal e Holiday Inn Express Edinburgh – Royal Mile.
O que fazer? Roteiro Diário!
Os principais pontos turísticos de Edimburgo podem ser facilmente percorridos a pé em dois dias. As construções da cidade, embora muito cinzas e escuras, são lindíssimas! Nossa sugestão é conhecer primeiramente a parte mais nova da cidade, chamada de New Town, subir o Calton Hill e terminar na Old Town. É claro que o ritmo depende muito de cada um e do tempo em cada atração. No entanto, como o roteiro é linear e a pé, basta continuar/parar e retomar na atração seguinte.
A primeira parada é a St Cuthbert Church, no início da Princes St. Fundada no século IX, a atual igreja data do final do século XIX. Não deixe de conferir a bela vista para o castelo de Edimburgo.
Siga apenas uma quadra pela Princes St e vire à esquerda na South Charlotte St. No número 16 vale uma rápida parada para fotografar a casa onde nasceu Alexander Graham Bell, inventor do telefone, em 1847.
Pouco adiante está a bela Charlotte Square, inaugurada em 1820 junto com o processo de construção da parte nova de Edimburgo após a unificação com a Inglaterra.
Continue pela George St, uma charmosa e agradável rua, com algumas opções de restaurantes e lojas, e desça pela Castle St até a Princes St, para conferir os jardins (Princes St Gardens), criados entre 1770 e 1820 após a drenagem do lago Nor, um verdadeiro esgoto a céu aberto que drenava os dejetos da Old Town.
Na quadra seguinte estão dois importantes museus do século XIX, a Royal Scottish Academy, com obras escocesas do século XVIII até os dias de hoje, e a Scottish National Gallery, com coleções de arte do mundo inteiro, sobretudo da Europa, e entrada gratuita!
Alguns quarteirões adiante está o grandioso e trabalhado Scott Monument. Inaugurado em 1846 em estilo gótico vitoriano, é uma homenagem ao escritor Sir Walter Scott, sendo considerado o maior monumento do mundo construído para homenagear um autor.
Se desejar fazer compras, essa região é uma das melhores da cidade. Um dos destaques é a Primark, uma loja de departamento britânica com peças de baixíssimo custo (é necessário garimpar!). Siga pelo Princes St até a subida do Calton Hill. Logo antes, à direita, está o Old Calton Burial Ground, um cemitério aberto em 1718, onde estão enterrados mártires políticos e figuras importantes da história escocesa.
Embora íngreme, a subida para o Calton Hill é imperdível. Além da vista de tirar o fôlego, há o inacabado National Monument of Scotland (em homenagem aos soldados mortos nas batalhas napoleônicas), o Nelson Monument (coluna de 1805 em celebração à vitória de Nelson na Batalha de Trafalgar) e o Dugald Stewart Monument (memorial de 1831 em homenagem ao filósofo escocês).
Desça e continue pela Calton Rd até o Holyroodhouse Palace, primeira parada na Old Town (Cidade Velha). Construído nos séculos XVI e XVII, é a residência oficial da monarquia britânica na Escócia, recebendo a realeza pelo menos uma vez no verão. Durante o restante do ano, está aberta para visitação, que costuma demorar cerca de 1 hora. É possível visitar as acomodações de estado, os cômodos usados por Mary, rainha dos escoceses, os jardins e a abadia. Dependendo da época e do uso do palácio, algumas restrições podem existir (vale consultar o site oficial).
Se tiver mais um dia ou estiver folgado, uma dica é subir o Arthur’s Seat, uma colina logo atrás do Holyroodhouse Palace com uma excepcional vista da cidade, sobretudo no entardecer. Infelizmente estava chovendo (algo esperado!) e optamos por seguir pela Old Town.
A sucessão de ruas que ligam o Palácio de Holyrood até o Castelo de Edimburgo é chamada de Royal Mile (justamente por ter aproximadamente uma milha de extensão). Nesse final de tarde, aproveite para percorrer com calma a Royal Mile até o Royal Mile Market. Logo no início está o Parlamento Escocês em um prédio muito moderno (não gostamos!). E, mais próximo do castelo, será comum se deparar com os autênticos músicos escoceses que substituem os violões pelas gaitas de fole.
Na esquina com a North Bridge está o Royal Mile Market, nossa penúltima parada do dia. Esse simpático mercado está localizado em uma belíssima construção do século XVII, o Tron Kirk. Não deixe de reparar no detalhado vitral no interior e saborear um dos lanches típicos locais: o shortbread (um biscoito doce) e o fudge (um doce).
Bem próximo está a St Giles Cathedral, a mais importante da Escócia. Fundada há mais de 900 anos, ainda possui alguns resquícios desse período, mas a maior parte da estrutura é do século XIV. Foi restaurada no século XIX. Quando visitamos, o coro infantil estava ensaiando. Lindíssimo!
Antes de sentar para comer, se não tiver adquirido pela internet (nossa sugestão!), aproveite para comprar os ingressos para atrações no dia seguinte que muitas vezes esgotam: o Mary King’s Close (2 Warriston’s Close, High Street) e o Scotch Whisky Experience (354 Castlehill).
O primeiro é um tour guiado de 1 hora por ruas, casas e construções subterrâneas e secretas do século XVII, permitindo uma imersão no modo como a sociedade vivia (fotos não são permitidas!). Embora exista um pouco de superprodução na atração, achamos imperdível!
O segundo passeio, também com 1h aproximadamente de duração, se assemelha à visitação às fábricas de cerveja, onde a história do uísque e de sua fabricação é contada através de um passeio interativo, terminando com uma degustação de um single malt. Existem alternativas ainda mais completas com degustação de múltiplos uísques e pratos locais. Assim como o Mary’s King Close, é um pouco hollywoodiano, mas valeu a pena, mesmo para nós que visitamos destilarias no interior!
Nesse primeiro dia fomos no Deacon Brodies Tavern (435 Lawnmarket) e tomamos uma Guiness acompanhada do tradicional fish and chips britânico.
No dia seguinte, comece pelo mesmo ponto, ajustando a caminhada conforme os horários programados para o Scotch Whisky Experience e o Mary’s King Close. Caminhe até o final da Royal Mile, passando pelo The Hub, casa de festivais e conferências de Edimburgo construída entre 1842 e 1845.
No final da Royal Mile está o Castelo de Edimburgo (site oficial). Essa fortaleza teve seu lugar ocupado desde o século II, mas foi apenas a partir do século XII que se transformou em residência real, tendo sido bombardeado em vários conflitos, sobretudo durante o século XVI. Por isso, muitas construções atuais são dos séculos seguintes! Antes de ingressar, ainda no grande pátio, surpreenda-se com a bela vista da cidade!
As atrações e áreas para visitação são inúmeras, mas as que mais gostamos foi a antiga prisão, as joias da coroa e a St Margaret’s Chapel. Construída no século XII em arquitetura romanesca é um dos exemplos de construção medieval da cidade. Atualmente, alguns casamentos ocorrem nesta pequenina igreja (e tivemos a oportunidade de ver um casal entrando!).
Se ainda tiver tempo, aproveite para desfrutar dos pubs, cafés, lojas e jardins que a cidade oferece! Termine a visita na George IV Bridge, passando pelo The Elephant House (casa de chá e café onde J.K. Rowling, autora de Harry Potter, escreveu parte dos livros) e pelo Greyfriars Bobby, um monumento do cachorro que ficou famoso no século XIX por passar mais de uma década guardando o túmulo de seu dono.
Em frente, para fechar com chave de ouro, recomendamos o The Cellar Door (44-46 George the IV Bridge), um típico e delicioso restaurante escocês. O destaque ficou para o peculiar haggis escocês (melhor não perguntar do que é feito!) na entrada, para o hadoque no prato principal e para a sobremesa com queijos típicos escoceses acompanhados dos tradicionais oatcakes (biscoitos de aveia).
No dia seguinte seguimos o roteiro, de carro, para as Highlands, a caminho da Ilha de Skye.
Gostou do roteiro e das dicas? Faça suas reservas pelas caixas de pesquisa na lateral, nos links ao longo do post ou clique para reservas de hospedagem no Booking. Você não paga nada a mais por isso e nos ajuda a manter o site. Obrigado!
Nossa, a escócia nunca esteve no topo da minha lista, mas agora depois de ler esse post, estou reconsiderando. Adorei!
Ficamos muito felizes com essa ótima impressão e temos certeza de que não vai se decepcionar!
Esse lugaré lindo demais! Adorei o post!
Obrigada! Ficamos muito felizes!
15C no verão!?
Edimburgo é o meu lugar no mundo então!! hehe
Morro de vontade de conhecer a Escócia, e seu relato me deixou com mais vontade ainda.
Ameiii!
Parabéns!
Olá Camila. Muito obrigada! Tenho certeza que vão amar! A cidade e o país são, de fato, uma graça!
Quanta foto bacana… e os pratos??
Muito lindo tudo, acaba de entrar para os meus roteiros…rs
Abraço
Olá Marthon. Obrigado! Não vai se arrepender…
Que lugar lindo, suas fotos estão incríveis. O que mais gostei foinda temperatura…longe do calorão durante todo ano. Abração
Olá meu amigo. Ficamos felizes que tenha gostado! Certamente a temperatura é uma delícia, principalmente para tomar um uísque ou uma cerveja forte europeia! Grande abraço.
Adorei o post! Edinburgo é um dos lugares que tenho muita vontade de conhecer… parece que parou no tempo, sei lá. Acho linda!
Dhebora, não poderia ter definido melhor – de fato parece que parou no tempo! Vai amar quando for!
Nossa, nunca tinha visto um post tão completo sobre Edimburgo! Não estava na minha lista de prioridades da Europa, mas lendo esse post me deu uma vontade imensa de conhecer! Adorei a dica do passeio para a fábrica de cervejas e desejei o fudge, rs. Parabéns!!
Oi Livia. Muito obrigada pelo feedback! Ficamos muito contentes e temos certeza que não vai se arrepender de visitar Edimburgo.
Estive em Edimburgo no Hogmanay, conhecido pelo melhor reveillon da Europa. Mas não achei nada demais, não sei se porque nós brasileiros estamos acostumados com muita festa hahahaha aquilo pra eles deveria ser DEMAAAAAAIS =P Mas adorei a cidade, super fofa e peguei mtaaaaa neve <3
Oi Livia. Caramba!!! Deve ser um gelo em dezembro/janeiro mesmo. Essas viradas da Europa são sempre frustrantes para nós. Tivemos oportunidade de passar em três cidades distintas e sempre foi um fiasco, hehehe
Friozinho bom aí hein ? hehe… que riqueza de post e super detalhado. Desperta ainda mais a vontade de conhecer .
humm as comidinhas deu água a boca ! Mtoo bommm..
Abraços
Olá Mariliza. Ficamos felizes que tenha gostado! Obrigada!
Curti demais o roteiro, principalmente a parte gastronômica de Edimburgo. As fotos tão de dar água na boca.
E o Royal Mile Marketing parece ser um charme. 🙂
Oi Gabriela. Obrigado! Realmente é uma delícia e o mercado é demais. Nós amamos esses mercadinhos com comidinhas típicas!