A gótica e medieval Dijon, capital da Borgonha
Conforme explicado no post sobre a França, Dijon, capital da Borgonha, com pouco mais de 150 mil habitantes, e famosa pela mostarda homônima (de 1856), foi um dos destinos que visitamos durante nossa extensa viagem pelo interior do país, da Côte d’Azur à Champagne. O francês é o idioma oficial, embora não seja difícil se comunicar em inglês após uma breve introdução com poucos termos básicos em francês.
Os primeiros relatos de ocupações da região de Dijon datam do período Neolítico, tendo se tornado um assentamento durante o Império Romano. No entanto, o apogeu da região ocorreu entre os séculos XI e XV, quando transformou-se em um dos maiores centros europeus de arte, ciência e cultura sob influência dos Duques da Borgonha. Ao longo de sua história, enfrentou alguns conflitos e ocupações, incluindo coalizões anti-Napoleônicas e os nazistas, mas sobreviveu praticamente intacta, motivo pelo qual teve seu centro histórico incluído na lista de Patrimônio da Humanidade da UNESCO em 2015. Como consequência, sua arquitetura é marcada pelos traços góticos e medievais.
Veja nosso guia para a cidade:
Qual a melhor época para ir em Dijon?
É uma cidade com clima Oceânico, com muitos dias chuvosos – um terço do ano -, embora em pequena quantidade. O inverno é frio (média entre -1ºC e 5ºC) enquanto o verão possui temperatura amena (média entre 12ºC e 26ºC). Portanto, recomendamos o período entre maio e setembro para visitar Dijon, quando estará mais florida, movimentada e alegre. Estivemos com os meus pais em uma extensa viagem pelo país em setembro de 2011!
Quanto tempo ficar em Dijon?
O centro histórico é compacto e pode ser conhecido facilmente a pé durante um dia inteiro (ou um bate e volta de Paris). No entanto, existem diferentes e charmosos passeios para o interior da Borgonha, incluindo visitação a vinícolas.
Uma dica é o Parcours de la Chouette (ou Percurso da Coruja), uma sequência de 22 pontos turísticos, com demarcações nas próprias calçadas (símbolo abaixo) com a explicação correspondente no guia disponível nos Centro de Turismo. Como curiosidade, vale dizer que a coruja que fomentou o nome da rota é uma pequena estátua nos muros de uma das igrejas da cidade.
Como chegar em Dijon?
Existem duas alternativas:
- Carro: ideal se planeja uma visita para o interior da França, sobretudo a região da Borgonha e a da Champagne, que foi o que fizemos.
- Trem: uma ótima opção para chegada a partir de Paris, em uma viagem de menos de 2 horas, permitindo um bate e volta vindo da capital.
Veja dicas de como comprar, economizar e se deslocar de trem na Europa em nosso post “Como viajar de trem na Europa“.
Onde ficar em Dijon?
Recomendamos se hospedar no centro histórico, próximo das principais atrações e da estação de trem. Escolhemos o simples, mas confortável e muito bem localizado Hôtel Des Ducs, que atendeu nossas expectativas.
A cidade possui inúmeros hotéis (veja todos aqui). Sugerimos o cinco estrelas Grand Hotel La Cloche, os quatro estrelas Vertigo, Oceania Le Jura, Kyriad Prestige Centre, Hostellerie Du Chapeau Rouge e Maison Philippe Le Bon, e os três estrelas Hotel Quality Centre, Hôtel du Palais e Ibis Styles Central.
O que fazer? Roteiro!
Começaremos o roteiro pela estação de trem de Dijon, contemplando aqueles que farão um bate e volta a partir de outra cidade e bem próximo da maioria dos hotéis que indicamos. Praticamente em frente, a poucos passos na Av. Maréchal Foch, encontra-se o Jardin Darcy, um jardim em estilo neo-renascentista, construído em 1880, repleto de fontes, estátuas e gramados. O nome é uma homenagem a Henry Darcy, engenheiro hidráulico responsável pelo sistema de fornecimento de água corrente à cidade.
Ao lado, a Place Darcy, uma das principais praças da cidade, merece uma parada. Além da bela arquitetura dos prédios do entorno, observe a Porte Guillaume, construída em 1788 em homenagem ao conde da Borgonha e de onde partiam as rotas para Paris. Suas características lembram outros arcos presentes em cidades do interior da França.
A praça vizinha é a Place Grangier, com estilo em art nouveau, cujo destaque é a lindíssima construção da Poste (ou Correios) francesa, com ricos detalhes.
No quarteirão atrás da praça, está localizado o Les Halles, um imenso e excelente mercado de 1868 cuja visita (vale conferir os dias de funcionamento antes!) é imperdível para conhecer (e até mesmo degustar!) um pouco dos produtos regionais da Borgonha, em um local frequentado pela população local. São inúmeros tipos de queijos, embutidos, carnes… O resultado é uma vontade de alugar um apartamento com cozinha apenas para desfrutar do mercado!
Continue pela charmosa rue Musette até a Église Notre-Dame de Dijon (ou Igreja Nossa Senhora de Dijon), construída no século XIII em estilo gótico e considerada Patrimônio da Humanidade pela UNESCO. Os típicos arcos internos e externos não deixam dúvidas da influência arquitetônica da época.
Ao sair da igreja, não deixe de andar pelas ruas do entorno (como rue des Forges e rue de la Chouette), onde diferentes traços de construções estarão presentes, incluindo aqueles de sustentação de madeira, que lembram o enxaimel alemão (típico de Pomerode, no Brasil). Além disso, os cafés e lojas são um charme à parte.
Após o pequeno passeio pelas ruas, continue para o Palais de Ducs de Bourgogne (ou Palácio dos Duques da Borgonha), cuja construção ocorreu ao longo de diversos séculos desde o XIV, o que repercute nos diferentes aspectos arquitetônicos, desde o gótico até o clássico. O palácio foi a residência dos duques que governavam a região e, atualmente, funciona como Museu de Belas Artes, além de funções administrativas da prefeitura. Vale ressaltar que a Tour Philippe le Bon pode ser visitada, com uma bela vista de Dijon. Como estava chovendo, optamos por não subir!
Ao lado encontra-se o belíssimo Grand Théâtre (ou Grande Teatro), inaugurado em 1828 em estilo clássico. Com capacidade inicial de mil expectadores e atual de quase 700, é um dos mais bonitos e importantes do país, recebendo grandes espetáculos clássicos.
Do outro lado da rua, duas outras construções são destaque. A primeira é a Bibliothèque La Nef, um dos prédios da Biblioteca Municipal de Dijon, instalado na antiga Igreja de Saint-Etienne, do século XV. A segunda é a Église Saint-Michel (ou Igreja de São Miguel), erguida no século XVI em uma mistura de estilo renascentista e gótico.
Siga pela rue Vauban até a Chapelle des Carmélites (ou Capela das Carmelitas), igreja em estilo barroco do século XVII. Pouco adiante, visite a Église Sainte-Anne (ou Igreja de Santa Ana), concluída em 1709 também em estilo barroco e onde funciona o Museu de Arte Sacra. Em frente, o belo Jardin Jean de Berbisey convida para uma pausa e contemplação!
Retorne pela rue du Chaignot até a rue du Monge para chegar ao Théâtre Dijon-Bourgogne, um importante teatro dramático local, mas cuja principal atração turística é a construção medieval onde está instalado.
Continue na rue Danton até a Église Saint-Philibert (ou Igreja de Saint Philibert), construída no século XII, sendo a única em estilo romano, embora com adições góticas dos séculos seguintes.
Termine o dia na Cathédrale Saint-Bénigne (ou Catedral de Saint Bénigne), mais uma igreja gótica da cidade, construída entre os séculos XIII e XIV. Os detalhes, assim como da Notre Dame, impressionam!
Encantados com a Borgonha, fechamos essa viagem pelo interior da França na região da Champagne.
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Estive em Dijon no mês de maio/2019, cidade aconchegante, moderna no aspecto apesar de ser uma cidade secular. Lugar agradável, ruas impecáveis de limpas, a igreja de Notre Dame coisa linda, eu recomendo que for a frança que conheça DIJON é uma viagem maravilhosa de trem, passamos por paisagens deslumbrantes.
Dijon foi um dos melhores passeio que fiz nessa segunda vez que estive na França, um centro de compras maravilhoso, na primeira vez não tivemos tempo de ir devido ao nosso roteiro o qual ela não estava inclusa. A região da Borgonha é linnnnda demais.
Boa noite Antonio, concordamos plenamente que seja imperdível!