Patagônia Argentina: Pelos glaciares de El Calafate
Com pouco mais de 20 mil habitantes, El Calafate é o ponto mais próximo do Parque Nacional Los Glaciares, situado na província argentina de Santa Cruz, às margens do Lago Argentino e próximo ao deslumbrante parque Torres Del Paine, no Chile. Justamente por isso, uma das opções de roteiro é cruzar para a Patagônia Chilena de carro e conhecer os dois lados na mesma viagem.
Veja nosso guia para a cidade:
Qual a melhor época para ir a El Calafate?
As paisagens mudam muito de acordo com a época do ano e alguns passeios ficam restritos durante o frio inverno (média entre -3ºC e 6ºC), quando os dias são curtos. Já durante o verão, os dias chegam a 15 horas de luz solar com temperaturas entre 6ºC e 18ºC. Por este motivo e pelas férias, muitos turistas visitam a cidade entre dezembro e fevereiro. No entanto, o ideal é entre outubro e novembro, quando as temperaturas já são mais amenas e os dias mais longos do que no inverno, mas a cidade ainda não está tão cheia. Estivemos em janeiro e foi ótimo!
Quanto tempo ficar em El Calafate?
A cidade é pequenina e pode ser rapidamente conhecida. No entanto, existem passeios no entorno e, por isso, o tempo mínimo recomendado é de dois dias inteiros, idealmente três dias, mas é possível estender, sobretudo se optar por combinar com a Patagônia Chilena.
Como chegar a El Calafate?
A grande maioria dos visitantes chega de avião a partir de Buenos Aires ou outra cidade da Patagônia – chilena ou argentina (como Ushuaia) – no pequeno aeroporto, localizado a apenas 20 minutos do centro. Do aeroporto para o centro, o translado de táxi (ou shuttle) é o meio mais simples e prático. Outra alternativa é alugar um carro se vai fazer os passeios por conta própria ou cruzar a fronteira.
Onde ficar em El Calafate?
Ficamos em uma pousada no centro que fechou. No entanto, existem várias opções de hotéis (veja todos aqui), sendo a localização o principal ponto a decidir:
- No entorno da cidade, com visuais deslumbrantes. Recomendamos os cinco estrelas Imago Hotel e Xelena Hotel, os quatro estrelas Los Ponchos e Hosteria Los Hielos e os três estrelas Koi Aiken e Los Fresnos.
- No centro, o que garante facilidade de acesso aos restaurantes e atrações turísticas. Recomendamos os quatro estrelas Hotel Kosten Aike, Hotel Posada Los Alamos, Calafate Parque Hotel e Esplendor by Wyndham e os três estrelas Hotel Bahia Redonda, Hotel Quijote e Hotel Michelangelo.
O que fazer? Roteiro Diário!
Existem três principais grupos de atrações/passeios em El Calafate e dividimos o roteiro desta forma! Recomendamos contratar os passeios tão logo chegue na cidade ou, caso vá em alta temporada, previamente para evitar problemas:
- Centro de El Calafate, Glaciarium e Reserva: meio dia
- Navegação pelos glaciares: 6 horas
- Perito Moreno: 6 a 8 horas em média
Existe, ainda, a possibilidade de um bate e volta em El Chaltén, capital argentina dos trekkings, ou até o Torres del Paine. No entanto, não recomendamos nem um nem outro neste esquema, pois será muito cansativo e passará a maior parte do dia no transporte e o restante contemplando apenas um fragmento do que é possível. Desta forma, caso deseje conhecer um, outro ou ambos, sugerimos, pelo menos, um pernoite no destino.
Centro de El Calafate, Glaciarium e Reserva
Aproveite o dia de chegada (e parte dos outros dois dias!) para percorrer as agradáveis ruas do centro de El Calafate, que lembra algumas cidades serranas brasileiras e europeias.
Se você gosta de contemplar a natureza, sobretudo as aves, como os flamingos, um passeio interessante é a Laguna Nimez, uma reserva de aves. Na época não havia o Glaciarium, um complexo que compreende um museu temático sobre os glaciares da região e um bar feito de gelo (o transfer de 5km a partir do centro está incluído na tarifa). Um casal de amigos foi e adorou!
Para jantar, recomendamos o La Tablita, onde degustamos o melhor cordeiro patagônico da viagem. Foi caro, mas valeu cada centavo (é recomendado reservar!).
Navegação pelos Glaciares
Esse passeio de barco pelos principais glaciares da Patagônia Argentina é imperdível. Um ônibus faz o translado de 1h por belas paisagens até o porto Punta Bandera, onde é feito o embarque em um catamarã.
A navegação ocorre pelas cristalinas águas do Lago Argentino, cercado pela cordilheira ainda nevada mesmo no verão.
Pelo caminho o barco desvia de inúmeros blocos de gelo flutuantes dos mais diversos tamanhos – formam verdadeiras esculturas de um azul indescritível em um degradé que vai do marinho ao piscina reluzindo os raios de sol!
A primeira parada foi no bosque da Bahia Onelli para contemplar de perto (e a pé!) os glaciares Onelli, Bolados e Agassiz.
No entanto, tivemos a informação que pelo deslocamento de blocos de gelo – o que dificultou o acesso -, as empresas não incluem mais essa visitação. O passeio segue até o gigantesco (3º maior da América do Sul!) e imponente Glaciar Upsala. Infelizmente pelo aquecimento global vem diminuindo de tamanho ao longo das últimas décadas.
Seguindo viagem, há uma breve passagem em frente ao Glaciar Seco, cujo nome reflete o fato de não tocar na água.
Mais alguns minutos e o barco se aproxima do Glaciar Spegazzini, a última parada.
No retorno até o porto, tenha a certeza de que será surpreendido por mais alguns belos blocos.
E pequenas cascatas resultantes do degelo dos glaciares.
Visita ao Perito Moreno
Deixe o melhor passeio para o terceiro dia – a visita ao Glaciar Perito Moreno. Esse passeio tem quatro variações:
- Visita às passarelas, que permite apreciar com calma o glaciar.
- Visita às passarelas + passeio de barco: parte do tempo no parque é destinado ao passeio de barco até próximo ao glaciar. Válido principalmente para os que não farão o passeio da navegação aos glaciares.
- Minitrekking: translado de barco até o glaciar para andar sobre ele por cerca de 2h. Retorno para visita às passarelas. Existem restrições de idade e de época do ano. Nível de dificuldade: intermediário.
- Big Ice: translado de barco até o glaciar, caminhada pela mata próxima à geleira por mais de 1h e pelo glaciar por mais de 3h. Retorno para visita às passarelas. Existem restrições de idade e de época do ano. Nível de dificuldade: difícil.
Como escolher? Os dois últimos são passeios para os que desejam andar sobre o glaciar, sendo o primeiro com paisagens mais impressionantes. Contudo, em ambos, o tempo nas passarelas é mais curto e para alguns pode ser insuficiente para explorar todos os decks de observação.
Optamos pela visita apenas às passarelas do Perito Moreno para contemplar com calma essa gigantesca geleira que, a despeito do aquecimento global, não perdeu tamanho ao longo dos anos. São incríveis 5km de extensão e 60 metros de altura! O translado dura cerca de 1h até a entrada do parque, onde é necessário pagar o ingresso, assim como no outro passeio.
Para chegar às passarelas é preciso realizar uma breve caminhada com uma vista espetacular do Lago Argentino.
Uma vez nas passarelas, aproveite o tempo para contemplar, tranquilamente e de todos os ângulos, a deslumbrante imagem.
Como está em constante modificação, é possível observar os “desabamentos” de blocos de gelo durante a visita. Fantástico!
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