Dicas e Roteiros de Viagem pela Jamaica
“Jamaica?!” Essa foi a principal reação quando contamos aos nossos amigos e parentes que essa seria nossa opção para a segunda semana de lua-de-mel em abril de 2014. Por que a Jamaica? Bom, tínhamos 15 dias de férias e queríamos que parte dela fosse em uma praia paradisíaca e tranquila. Como nessa época a temperatura não nos permitiria ir para destinos como Grécia, sul da Itália ou Croácia, optamos pelo Caribe.
O dilema estaria apenas começando. Estávamos em lua-de-mel, portanto não queríamos nos preocupar com absolutamente nada. Assim, um all-inclusive poderia ser uma alternativa interessante. No entanto, nosso espírito aventureiro não nos deixaria em paz se permanecêssemos uma semana inteirinha apenas trancados no hotel. Buscando então possibilidades, fomos olhando ilha por ilha até descobrir o que os americanos já sabem há anos: a Jamaica é muito mais que resorts sensacionais banhados por praias de azul turquesa – tem florestas, rios e lagoas belíssimas!
Decidido o destino, faltava o hotel. As opções ultrapassavam a dezena distribuídas em três das principais cidades turísticas – Negril, Ocho Rios (na nossa opinião possui a melhor logística por estar no meio do caminho para as principais atrações) e Montego Bay. Como escolher entre tantos? Bom, buscamos os passeios de cada cidade e as particularidades de cada um dos resorts – queríamos a mordomia do all-inclusive com a exclusividade dos pequenos hotéis-boutique aliada a uma qualidade gastronômica, fugindo do maior problema dessa linha de hotéis: uma demanda muito além da oferta ou, em português simples e claro, uma “muvuca” só com qualidade mediana.
Felizmente encontramos um que superou nossas expectativas: Sandals Royal Plantation. Essa rede de hotéis americana possui 15 hotéis espalhados pelas ilhas do Caribe, sendo 7 só na Jamaica, confirmando a percepção de que os americanos amam essa pequena ilha. Embora tenha sido um dos primeiros Sandals, a conservação é impecável, e é grande o suficiente sem perder o aconchego e a privacidade. São 21 restaurantes (5 dentro do hotel e 16 no Sandals Occhi – resort localizado ao lado) e apenas 70 quartos de frente para o mar distribuídos em diferentes categorias, todas com serviço butler.
Butler? O que é isso? A tradução é mordomo. Essa rede, assim como algumas outras, vai um passo além no atendimento e oferece a alguns hóspedes um serviço personalizado de atendimento. Tínhamos dois mordomos à disposição 24 horas (alternavam) acessíveis por um telefone celular – que recebemos na chegada – prontos para atender às nossas demandas. No início achamos que seria algo meio esquisito, mas eles eram super discretos e logo percebemos que estavam ali para um serviço concierge único e personalizado – reservar um restaurante, programar um passeio, esclarecer uma dúvida, preparar um mimo etc.
Bom, explicações à parte, retornemos à Jamaica propriamente dita! Essa pequena ilha caribenha – enorme se comparada às demais – fica ao sul de Cuba, possui quase 3 milhões de habitantes, o dólar jamaicano como moeda e o inglês britânico como idioma oficial. Sua capital Kingston concentra cerca de um terço dos habitantes – 80% de origem africana e, por isso, é comum ouvir conversas entre eles na língua criolla jamaicana (patois).
O clima é ameno o ano inteiro – sujeito a furacões de agosto a novembro – e o fuso horário em relação à Brasília é habitualmente de menos 2 horas. Não é necessário visto, mas é obrigatória a vacinação (e certificado internacional) para Febre Amarela. Ah, sim, o reggae não é um estereótipo, mas um estilo de vida. Você vai ouvir em qualquer lugar, turístico ou não!
Quanto à violência, as estatísticas revelam uma importante melhora nas últimas décadas, até pelo papel do turismo na economia, mas claramente a desigualdade social é claramente identificada, principalmente em contraste com o luxo extremo dos hotéis em face da pobreza significativa da população.
A viagem a partir do Brasil é aérea via Panamá (Copa Airlines) ou Estados Unidos (Delta, United, US Airways etc), sendo que para a segunda opção, como é feita imigração nos EUA, é preciso visto americano.
Optamos pela Delta, embora o voo fosse um pouco mais longo, pela crença de que minimizaríamos atrasos ou outros contratempos. Doce engano! Tivemos um atraso superior a 5 horas no aeroporto do Rio por problemas com a tripulação e com o avião que nos fez perder as 3 conexões possíveis de Atlanta para Montego Bay. Para reduzir ao máximo nossa perda de tempo, trocamos o destino para Kingston, reforçamos a necessidade de ajuste no destino das malas com a atendente de Atlanta e avisamos ao hotel (que faz o transfer aeroporto-resort). Chegamos em Kingston 22h (a previsão era 11h em Montego Bay) e para nossa surpresa as malas não vieram conosco. A previsão dada foi no final do dia seguinte para a minha mala e na manhã do 2ª dia para a do Thiago. E ela se confirmou! Chegamos então no hotel perto de 1 hora da manhã, sem malas e exaustos!
O hotel nos recepcionou da melhor maneira possível considerando o horário que chegamos: com espumante, um drink típico e o preparo de deliciosas e apimentadas chicken wings. Fomos para o quarto que tinha sobre a cama uma carta de boas vindas de nossos butlers lamentando nossos contratempos e um prato de queijos e frutas. Comemos mais um pouco e descansamos, com a certeza de que a Jamaica nos faria esquecer todo esse estresse. Não estávamos errados: essa era a nossa vista ao acordar!
Foi uma semana inesquecível – tempo perfeito para essa surpreendente ilha – e decidimos dividí-la em dois posts:
No retorno entramos em contato com a Delta que nos reembolsou a diária perdida e todos os custos do atraso de voo e bagagem. Leia mais sobre o que fazer em caso de extravio de bagagem e atraso de voos.
Gostou do roteiro e das dicas? Faça suas reservas pelas caixas de pesquisa na lateral, nos links ao longo do post ou clique para reservas de hospedagem no Booking. Você não paga nada a mais por isso e nos ajuda a manter o site. Obrigado!
Parabéns por explicar muito bem tudo, vou para Jamaica e gostaria de saber se para dirigir por lá precisa da Carteira Internacional ou se apenas a nossa Habilitação serve?
Olá Danilo.
Muito obrigado!
A PID (Permissão Internacional para Dirigir) não contempla a Jamaica, portanto não existe a obrigatoriedade de levá-la (acabei de confirmar no site do Detran do RJ). No entanto, é sempre um documento adicional com informações em outros idiomas (como o inglês), o que facilita se a polícia pará-lo por qualquer razão.
Quanto a dirigir na Jamaica, vale apenas a lembrança que os motoristas não são muito bons, muitas estradas são sinuosas e não possuem boa infraestrutura e a mão é inglesa. Portanto, muitos optam pelos passeios ou contratar um motorista. Já dirigimos em mão inglesa no Reino Unido e não é nada de outro mundo, mas exige uma cautela adicional até habituar-se.
Qualquer dúvida seguimos à disposição.
oi gente
gostei muito desse site, parabéns pelo trabalho. 😉
Muito obrigado Pedro.