A pequena e agradável Malmo, a uma curta distância de Copenhague
Conforme explicado no post sobre a Suécia, uma das cidades que visitamos foi Malmo, terceira maior cidade sueca, com população próxima a 300 mil habitantes e o sueco é o idioma oficial, embora a maioria da população fale inglês.
A primeira menção à Malmo é do século XIII, quando fazia parte da Dinamarca. Ao longo de 300 anos, transformou-se em uma das maiores e mais frequentadas cidades, famosa pela pesca de arenque e pela presença da Liga Hanseática, sendo uma das primeiras a converter-se à Reforma Protestante. No século XVII, pelo Tratado de Roskilde, passou para o domínio sueco, embora tenha enfrentado um longo período de declínio por sucessivos confrontos e pelas epidemias de peste bubônica.
No entanto, a cidade floresceu com a instalação de indústrias mecânicas e têxteis nos séculos XIX e XX, tornando-se a terceira maior cidade da Suécia. Esse período de desenvolvimento foi interrompido na década de 1970 com a recessão econômica que acometeu todo o país e durou quase 30 anos. A construção da ponte Øresund, que permitiu a comunicação rodoviária e ferroviária da Suécia com a Dinamarca e, consequentemente, com toda a Europa, viabilizou uma revitalização da cidade como um importante e moderno centro cultural sem, contudo, apagar o grande abismo social entre os bairros mais ricos e os mais pobres, marcados por altas taxas de desemprego.
Veja nosso guia para a cidade:
Qual a melhor época para ir em Malmo?
É uma cidade com clima oceânico, temperatura média baixa no inverno (próximo a zero grau), poucas horas de sol e grande chance de neve. Portanto, considere ir entre maio e início de setembro, sobretudo junho a agosto, quando as temperaturas são mais amenas (entre 9ºC e 20ºC) e os dias bem longos. Visitamos em maio de 2017, quando aproveitamos dois longos dias com uma temperatura bem agradável.
Quanto tempo ficar em Malmo?
O centro histórico é compacto e facilmente percorrido a pé. Por isso, um dia inteiro é suficiente para conhecer as principais atrações, sendo muito frequente um bate e volta a partir de Copenhague. No entanto, provavelmente esse tempo será justo se desejar conhecer a histórica catedral de Lund ou aproveitar os encantadores parques da cidade. Chegamos de trem de Copenhague de manhã cedo e partimos no final do dia seguinte. Na primavera, esse pouco mais de um dia e meio foi suficiente para conhecer e desfrutar com calma.
Como chegar em Malmo?
Existem duas opções principais:
- Carro: excelente (e barata) opção se deseja conhecer as paisagens do interior da Suécia ou Dinamarca.
- Trem: ótima e rápida alternativa se estiver viajando pela Suécia ou vindo de Copenhague. Vale lembrar que o trem para Malmo parte da estação do Aeroporto da capital dinamarquesa.
Veja dicas de como comprar, economizar e se deslocar de trem na Europa em nosso post “Como viajar de trem na Europa“.
Onde ficar em Malmo?
Se estiver chegando e/ou saindo da cidade de trem, a região do entorno da estação central no lado do centro histórico é uma ótima alternativa para hospedagem, permitindo realizar todo o deslocamento a pé. Justamente por isso, escolhemos o histórico Mayfair Hotel Tunneln, com 700 anos de história. A acomodação e o atendimento são ótimos, com destaque para o café da manhã, no subsolo da propriedade medieval!
A cidade possui inúmeros hotéis (veja todos aqui). Outras sugestões na região são os quatro estrelas Hotel Duxiana Malmö, Elite Hotel Savoy, Scandic Kramer, Elite Hotel Adlon, Clarion Hotel & Congress Malmö Live e MJ’s e os três estrelas Moment Hotels e Comfort Hotel Malmö.
O que fazer? Roteiro Diário!
Montamos um roteiro de um dia inteiro partindo da estação de trem, local de estadia ou chegada dos viajantes que fazem um bate e volta a partir de Copenhague. Logo ao sair da estação, do outro lado da ponte, está a Knotted Gun (ou Arma com Nó), do escultor sueco Carl Fredrik Reuterswärd em prol da não-violência. Do outro lado está outra moderna escultura Spectral Self Container, que colore a praça.
Retorne pela ponte, vire à direita na Skeppsbront e, em seguida, à esquerda na Adelgatan. Logo adiante está a Sankt Petri kyrka (ou Igreja de São Pedro). Construída em 1319 em estilo gótico, é a principal igreja de Malmo.
Na quadra seguinte está a menos conhecida, mas bela Caroli kyrka (ou Igreja de Caroli), erguida em 1880 em substituição à construção anterior de 1680, em homenagem ao rei Charles XI. No passado, as missas eram em alemão para os mercadores que visitavam a cidade.
A poucos metros está a Thottska huset, a mais antiga e preservada casa de tijolos e madeira da cidade, construída em 1558. É um belo exemplo do estilo do século XVI e uma verdadeira viagem ao passado.
Vire à direita e siga adiante para chegar ao Moderna Museet (ou Museu de Arte Moderna), um dos mais importantes da cidade.
Continue margeando o rio até a Amiralsgatan e vire à esquerda. Não deixe de observar, ao cruzar a ponte, os sapatos no chão. É uma homenagem de Malmo a personalidades que contribuíram para a cidade no campo artístico e cultural.
Caminhe até virar à direita na Bergsgatan, seguindo adiante até a Möllevångstorget. Essa praça fica em um bairro marcado pela presença de inúmeras etnias e culturas, que pode ser observado na grande variedade de especialidades de restaurantes e ao observar as pessoas que circulam pela região. Os destaques são a enorme estátua Arbetets ära (ou A Honra do Trabalho) e a feira de frutas e legumes montada diariamente.
Mais adiante, aproximadamente 600 metros, pela Smedjegatan, está o lindo Pildammsparken, um parque do início do século XX com mais de 40 hectares, incluindo um imenso lago. Certamente vale dispensar um bom tempo para passear pelos bosques, fazer um piquenique ou simplesmente sentar em um dos bancos.
Retorne pela Pildammsvägen, desviando para a direita para conhecer a St. Johannes Kyrka (ou Igreja de São João) do início do século XX, localizada em uma importante área comercial da cidade.
Retorne à Pildammsvägen para passar pela Ópera de Malmo, construída em 1933, e pela Stadsbiblioteket (ou Biblioteca Municipal) em um complexo de prédios, incluindo o chamado “castelo” em estilo renascentista.
Atrás estão o Slottsparken (ou Parque do Castelo), Slottsträdgården (Jardins do Castelo) e o Kungsparken (ou Parque do Rei). Não deixe de visitar alguns dos jardins temáticos e os moinhos. Uma graça!
Em uma das pontas dos parques está o Malmohus (ou Castelo de Malmo), fortificação renascentista mais antiga da Escandinávia, erguida em 1530. Atualmente funcionam alguns museus, com destaque para o Museu de Arte de Malmo. Quando estivemos estava fechado! Não deixe de reparar, na direção oposta, o futurista Turning Torso, um arranha-céu de 190 metros de altura – o maior da Escandinávia -, que “torce” 90º do térreo à cobertura, erguido durante o processo de revitalização da cidade.
Siga pelo Gamla kyrkogården (ou Cemitério Antigo de Malmo) para chegar à florida Gustav Adolfs torg, a segunda mais importante praça de Malmo, onde uma feira também é montada diariamente para venda de frutas e legumes apetitosos.
Vire à esquerda na Södergatan, uma importante rua comercial da cidade para chegar à Stortorget, a maior e mais importante praça de Malmo. No local estão a Rådhuset (ou Prefeitura), de 1860, em estilo renascentista, a Residenset (ou Residência do Governador), reconstruída em 1849, e a Apoteket Lejonet, uma farmácia de 1896.
A poucos passos da Stortorget está a Lilla Torg, uma pequena praça com casas do século XVIII de um lado e restaurantes, bares e cafés do outro. É a mais charmosa da cidade!
Os restaurantes no entorno da Lilla Torg são turísticos, mas convidativos. Escolhemos o Victors e não nos arrependemos. Pedimos torrada com camarões e salmão gravlax de entrada, seguido de steak de vitela com batatas gratinadas e vegetais reduzidos no vinho e a famosa kottbullar (almôndegas) com pepino, lingonberries e batatas. Adoramos!
Se estiver sem fome, com menos tempo ou preferir um café, recomendamos, também na Lilla Torg, o Café Pronto. Pedimos dois cappuccinos acompanhados de um cheesecake que, surpreendentemente, é muito apreciado pelos suecos. Foi uma excelente pedida para despedir da cidade enquanto aguardávamos o horário do trem para Gotemburgo no dia seguinte.
Se tiver feito como nós e destinado mais de um dia para a cidade, deixe o segundo para conhecer ou retornar a algum dos parques com calma, como o Pildammsparken ou o Slottsparken, visitar a Catedral de Lund ou ir ao Museu de Arte Moderna.
Gostou do roteiro e das dicas? Faça suas reservas pelas caixas de pesquisa na lateral, nos links ao longo do post ou clique para reservas de hospedagem no Booking. Você não paga nada a mais por isso e nos ajuda a manter o site. Obrigado!
Que lugar lindo.. a cada paragrafo e fotos que passava eu pensava que “fofo”! A Igreja de São Pedro é maravilhosa e como pode um cemitério ser bonito? rs
Olá Aline. Muito obrigada!
A sensação que tivemos da cidade foi exatamente essa.
E esses cemitérios, são uma graça, né? Nem parece com os estereótipos que formamos na cabeça, né?
Fiz uma trip pela Escandinávia e não deu tempo de colocar Malmo no roteiro.. Tive que escolher entre ela e Sigtuna, acabei ficando com a segunda opção.
Olá Manuela. É bom que fica sempre com algum “motivo” para voltar, né?
Que delícia de cidade. Adoro lugares que da pra fazer bate-volta, e Malmo me pareceu uma opção perfeita para o estilo de viagem que gosto de fazer. Tenho planos para visitar a Escandinávia e adorei a dica de incluir Malmo no meu roteiro!
Olá Anna Claudia. Ficamos felizes que tenha gostado da sugestão.
Temos a certeza de que não irá se arrepender em incluir Malmo nesse bate e volta!
Qualquer dúvida é só falar.
Nunca tinha ouvido falar dessa cidade e me encantei! O clima de segurança, ruas limpas e os jardins floridos são maravilhosos. Mas, o que mais me chamou a atenção ainda, foi a Igreja de São Pedro! Adorei
Olá Maiara.
Ficamos felizes que tenha gostado.
A Igreja de São Pedro é realmente formidável!
Estive em Copenhaghen mas não tinha ouvido falar desse lugar, que lindo!!! Quanta natureza e verde… Adorei o post, super completo e detalhado. =D
Muito obrigado, Livia.
Fica para a próxima visita à capital dinamarquesa!
Temos a certeza de que não irá se arrepender.
Muito charmosa e interessante a cidade de Malmo! Ainda não conheço a Suécia e gostei muito da sugestão de passar um dia em Malmo, partindo de Copenhague, ou até mesmo de conhecer a cidade num bate-volta. Gosto muito de estabelecer base numa cidade maior e conhecer os lugares próximos em bate-volta, quando não são muito distantes!
Ficamos felizes que tenha gostado da sugestão Suzy. Realmente vale muito a pena!
Essa ideia de bate-volta é sempre uma forma de evitar aquele faz e desfaz mala, carrega etc.
Super concordamos.
Eu fiquei encantada com tudo nesse local, mas com o campo de Tulipas, enlouqueci de amor hauahuaha.
Amo flores. Muito lindo esse post, quero muito conhecer, se pudesse se teletransportar já estaria em Malmo. O local é todo charmoso e fofo. Parabéns por compartilhar conosco esse tesouro de lugar.
Muito obrigada Carla.
Os parques em Malmo (e na Suécia) são realmente fantásticos e muito agradáveis.
Caminhar por eles e parar para contemplar as flores foi realmente uma das coisas que mais gostamos na viagem.
Eu não conhecia Malmo. Estou montando um roteiro por Copenhagen e acabei descobrindo sobre esse lugar. Eu só tenho 3 dias em Copenhagen, você acha que vale a pena tirar um deles pra fazer o bate e volta em malmo? Ou melhor ficar por Copenhagen mesmo? Gostei bastante do relato e achei interessante estátua da arma com o nó. Bem representativa no momento que vivemos hoje no Brasil.
Olá Liany, muito obrigado. Essa estátua é muito interessante e está presente em diversos países.
Malmo é incrível, mas três dias apenas em Copenhagen já será pouco tempo, então não tiraria de forma alguma.
Qualquer dúvida seguimos à disposição.
Adoro essas cidades que se pode conhecer em um único dia de bate e volta, ainda mais uma como essa que tem muita coisa pra ver e fazer. Não conhecia, mas já está na minha lista rs
Ficamos felizes que tenha gostado da sugestão.
Adoramos essas pequenas aventuras de bate e volta também, Tiago!
Que gracinha de cidade! E que dias lindos vocês pegaram por lá! Eu ainda não conheço nenhum país da Escandinávia, mas gosto dessas opções de cidades menores e mais pitorescas.
Confesso que me surpreendi ao ler no post sobre desigualdade social e altas taxas de desemprego! Não tinha ideia que isso acontecia na Suécia!
Olá Andrea. Realmente tivemos muita sorte com os dias, ainda mais em uma cidade graciosa como Malmo.
Infelizmente essa é uma realidade de algumas regiões, mas, é claro, que não se compara com a nossa desigualdade.
Amando o roteiro de vocês. Como sou uma carioca da gema, os meus destinos são muito mais de praia kkkk… mas confesso que, a cada dia, estou mais curiosa a conhecer esse novo mundo gelado: Suécia, Dinamarca e Islândia. Novo mundo para mim, pq só o hotel que vocês ficaram tem 700 anos de existência ..kkk..
Oi Danielle, obrigada!
Hehehe, entendemos bem essa vontade de ir para praia, mas pode ter certeza de que irá amar a região!
Conheço pouquíssima coisa da Suécia, e fico encantado sempre que vejo. Post excelente. Adorei as tulipas, acho elas tão lindas. E o moinho então? Eu acho eles tão lindos! A comida parece ótima! Excelente! Moooorrro de vontade de ir pra Suécia, mas, como é um país caro, é um projeto mais pro futuro.
Muito obrigado, Igor.
O investimento é alto para conhecer a região, mas é diferente do restante da Europa e, por isso, vale muito a pena!