Pelas praias, ruas e restaurantes da histórica Paraty
Paraty é uma pequena cidade no extremo sul do litoral do Rio de Janeiro, na região da Costa Verde, próxima à divisa com São Paulo. Com uma população de pouco mais de 40 mil habitantes, fez parte do município de Angra dos Reis até 1667.
Durante o período colonial, foi um dos principais portos para escoar ouro e diamantes das minas de Minas Gerais (era o ponto final da Estrada Real!). O desenvolvimento da época e a estagnação nos últimos séculos preservaram o centro histórico que se assemelha com o das cidades mineiras, com suas portas e janelas coloridas que escondem lojas de artesanato ou iguarias regionais (com destaque para a cachaça!) e renomados restaurantes. A grande diferença é a moldura das belas praias de um lado e da Serra do Mar do outro, com opções de lazer, trilhas e cachoeiras deliciosas.
Veja nosso guia para a cidade:
Qual a melhor época para ir em Paraty?
Paraty pode ser visitada durante o ano todo, mas o período mais quente (novembro a março) é justamente o mais chuvoso e é comum o centro histórico alagar. Além disso, as diárias dos hotéis estão mais caras e a cidade lotada. Portanto, recomendamos o período do outono e primavera (abril e maio ou setembro e outubro), quando a temperatura não é tão baixa para prejudicar alguns passeios, mas a cidade está mais vazia e chove menos.
Contudo, se o intuito for curtir a gastronomia e o centro histórico, sem visitar (ou mergulhar!) nas praias, recomendamos o inverno, um período bem seco e com uma temperatura mais fria que convida a uma deliciosa refeição acompanhada de uma taça de vinho.
Uma dica é conferir a programação cultural da cidade. Todos os meses alguma festa ocupa as ruas do centro histórico com exposições culturais, como a Feira Literária Internacional de Paraty (FLIP) em julho e a Paraty em Foco (exposição de fotografias em setembro – veja o site), gastronômicas, como o Festival da Cachaça, Cultura e Sabores, ou religiosas. Se não estiver interessado, sugerimos evitar esses períodos, pois as diárias ficam mais caras e a cidade lotada.
Quanto tempo ficar em Paraty?
O tempo mínimo recomendado para Paraty é de um final de semana, considerando a chegada no início da tarde de sexta-feira e saída depois do almoço de domingo, ou seja, dois dias inteiros. Se o intuito for curtir as praias ou cachoeiras da região, recomendamos pelo menos três dias.
Como chegar em Paraty?
A distância é bem semelhante tanto vindo do Rio de Janeiro quanto de São Paulo:
- Rio de Janeiro: distância de 240km da capital pela BR-101. Existem ônibus que fazem o trajeto a partir da Rodoviária Novo Rio.
- São Paulo: distância de 270km da capital paulista pela Via Dutra (BR-116), seguida pela BR-459 a partir de Guaratinguetá. Existem ônibus que fazem o trajeto a partir do Terminal Tietê.
Se vier de outro estado, o aeroporto mais próximo é o Internacional do Rio de Janeiro (Galeão), de onde sugerimos alugar um carro ou ir até a rodoviária Novo Rio e seguir de ônibus.
Onde ficar em Paraty?
A cidade oferece centenas de opções de hospedagem (veja todas aqui), para todos os gostos e bolsos. Nossa última visita à Paraty foi em setembro de 2014, quando nos hospedamos no simples, mas bem localizado Pousada Solar D’Alcina. O café da manhã era bom, tinha estacionamento, o quarto era espaçoso e com uma bela vista da cidade. Gostamos da localização, pois pudemos fazer absolutamente tudo a pé, já que estava próximo ao centro histórico, ao forte e à praia da Jabaquara. O custo-benefício foi ótimo!
Tendo em vista que a maior parte dos restaurantes fica no centro histórico e este pode ser percorrido apenas a pé, recomendamos a hospedagem nos seus arredores, facilitando o deslocamento e estacionamento. Dessa forma, sugerimos os excepcionais Pousada do Ouro, Pousada Porto Imperial e Pousada Maris, ou os mais simples, mas ótimos Pousada do Aconchego, Pousada da Condessa, Pousada do Cais e Pousada Vila do Porto.
O que fazer? Roteiro Diário!
Montamos um roteiro compacto para atender aos visitantes que buscam um final de semana longe da correria dos grandes centros, mas sem se desligar por completo. Como dissemos, se desejar ir nas cachoeiras ou para desfrutar das praias de Trindade com mais calma, recomendamos acrescentar um a dois dias! Embora tenhamos ido em setembro, pegamos muita chuva e céu nublado, o que se reflete nas fotos!
O passeio começa na própria estrada, sobretudo se estiver vindo pela Rio-Santos (BR-101). A vista do mar é exuberante!
Ao chegar em Paraty, aproveite para deixar o carro no hotel e caminhar pelo centro histórico, ainda mais vazio nessa sexta à tarde! Comece pela Praia do Pontal, uma pequena praia urbana ao lado do centro histórico.
Suba a ladeira para visitar o Forte Defensor Perpétuo. Construído em 1793 para defender o escoamento do ouro e diamantes da Estrada Real e a produção local de açúcar, é o único forte remanescente do período colonial. O nome é uma homenagem ao Imperador Dom Pedro I que reconstruiu o forte após um período de abandono. Além de uma bela vista da baía de Paraty, a visita nos remete ao tempo do Império.
Retorne à Praia do Pontal e, antes de cruzar a ponte para o centro histórico, pare alguns minutos para apreciar a bela vista da baía de Paraty, do centro histórico e dos barcos atracados (alguns fazem os passeios que explicaremos mais adiante!).
Logo após a ponte, à esquerda, está a Praça Matriz, onde estão alguns restaurantes e a principal igreja da cidade – Nossa Senhora dos Remédios. A atual igreja data de 1873 e substitui o pequeno templo do século XVII, que se tornou insuficiente para atender à população local. Por dificuldades financeiras, as torres e o fundo nunca foram concluídos, mas a igreja é uma graça!
Continue até o final da Rua da Capela, em direção à baía para conhecer a Igreja de Nossa Senhora das Dores. Construída em 1800 e também conhecida como Capelinha, permitia apenas a admissão de mulheres. Abre apenas aos sábados à tarde.
Estivemos durante a Paraty em Foco, quando ocorre uma exposição linda de fotografias logo atrás da igreja. Muito interessante.
Se estiver com fome, aproveite para sentar em um dos restaurantes na própria praça para uma rápida refeição. Arriscamos o Casa Coupé bem na esquina e adoramos! Pedimos um sanduíche de cordeiro e um risoto de lula e polvo.
De sobremesa, que tal um sorvete na famosa Gelateria Pistache (R. Dr. Samuel Costa, 77)?
Continuando o passeio pelo centro histórico, aproveite para se perder nos ateliês, nas livrarias e nas agradáveis lojas de artesanato e de especialidades regionais (como doces, geleias e cachaça!), escondidas pelas portas coloridas dos antigos casarões. Um verdadeiro charme!
Na ponta oposta da Praça Matriz está o cais de Paraty, de onde saem as principais escunas dos passeios de barco. Ali estão também a Igreja de Santa Rita (construída em 1722 com estilo barroco-rococó, atende como Museu de Arte Sacra – fechado às segundas-feiras), Antiga Cadeia Pública, o Mercado e o Fórum e Casario Colonial. Uma curiosidade dessa região é a possibilidade prevista de alagamento das ruas dependendo das chuvas e das marés.
Para jantar, o Thai Brasil (R. do Comércio, 308A) é uma ótima pedida! Com um cardápio tailandês bem original, os pratos dão água na boca. O restaurante fica lotado, então sugerimos chegar mais cedo ou reservar. Pedimos drinks da casa (ótimos!) e dois pratos – camarão ao curry no abacaxi e lula ao curry verde, acompanhados de arroz de jasmim. Divinos!
No segundo dia aproveite para fazer um passeio de barco. Existem basicamente duas alternativas: privativo com a rota, duração e preço combinados diretamente com o proprietário do barco, ou uma pequena excursão nas escunas com o trajeto preestabelecido e variável de acordo com a demanda e dia. As escunas saem entre 9 e 10h e a duração é de cerca de 5h.
Obviamente os preços variam (e muito!) entre as escunas e os passeios privativos. A dica é consultar no dia anterior não apenas as agências no centro histórico, mas também diretamente os barqueiros no porto. É possível fechar na hora, mas tem sempre o risco de estar lotado ou o preço ser acima do planejado. Além disso, existem escunas para 20-30 pessoas e outras para mais de 60 pessoas. Portanto, tudo depende não apenas do preço e rota, mas também do seu gosto.
Infelizmente o tempo permaneceu fechado todos os dias e não fizemos o passeio. Ficou para uma próxima. Thiago já fez e amou! Simplesmente imperdível. Quanto às rotas, são inúmeras e a maioria é linda. A maior parte dos barqueiros e agências tem um folder com as fotos das praias e ilhas, facilitando a decisão. Independentemente do percurso, pode ficar tranquilo que será lindo!
Aproveite o final da tarde para conhecer a Praia do Jabaquara, outra praia urbana de Paraty. Com agradáveis quiosques na orla, alguns hotéis e restaurantes, é uma alternativa para hospedagem para os que buscam mais sossego que o burburinho do centro histórico.
À noite, aproveite para dar uma volta pelo centro que provavelmente estará mais cheio do que no dia anterior. Para comer, sugerimos uma massa ou pizza no italiano Punto Divino (R.Marechal Deodoro, 129 – ao lado da Praça Mariz), com um ambiente bem descontraído e animado.
Outra sugestão de restaurante é o Bartholomeu, um simpático restaurante de cozinha contemporânea, também na Praça Matriz. A área externa é super charmosa, mas estava cheia e sentamos dentro do casarão. Pedimos um medalhão acompanhado de risoto de gruyère e um robalo com crosta de amêndoas com purê de banana. De sobremesa, um sensacional ravioli de abacaxi com sorvete de coco.
No último dia, acorde cedo para conhecer as praias de Trindade, uma pequena vila a 25km do centro de Paraty. O deslocamento é mais fácil de carro pela BR-101 no sentido Santos, por uma estrada sinuosa, mas existe a possibilidade de ser feito de ônibus saindo da rodoviária. Para curtir com mais tranquilidade as praias e não apenas visitá-las, recomendamos acrescentar um dia.
Todas as principais praias de Trindade podem ser facilmente acessadas a pé, estacionando na vila. A mais urbana é a Praia dos Ranchos, cujo final é chamado de Praia do Cepilho. Esse é o melhor ponto para um petisco ou almoço.
Seguindo uma trilha bem sinalizada e plana, chega-se à bela Praia do Meio, de águas claras e calmas. Uma pedida certa para as crianças!
Praticamente ao lado, também de fácil acesso, está a Praia do Cachadaço, com uma enorme faixa de areia limpa e mínima infraestrutura. Uma paz e sossego completos, mesmo nos dias mais movimentados!
No final da faixa de areia, por entre as pedras, existe uma pequena trilha, mais acidentada, que leva à paradisíaca Piscina Natural do Cachadaço. Vale o esforço! É imperdível!
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Otima descrição das delicuas de Paraty.
Olá Celina.
Agradecemos pelo feedback e ficamos felizes que tenha gostado.