Um final de semana em Itaipava e Petrópolis, cidade imperial
Petrópolis é uma das principais cidades da Região Serrana do Rio de Janeiro, com uma população de pouco mais de 300 mil habitantes. Fundada pelo Imperador Dom Pedro II em 1843, que passava meses na cidade com a corte, sobretudo no verão carioca – fato que a transformava em Capital Imperial – recebeu muitos imigrantes europeus, com destaque para os alemães.
A localização – apenas 75km da Zona Sul carioca ou 58km do Aeroporto Internacional -, aliada ao menor custo de vida e à maior segurança e tranquilidade levou muitos cariocas, como nós, a se mudarem para a cidade, mantendo ou não sua vida profissional na capital. É dividida em cinco distritos, sendo Itaipava o mais sofisticado por suas lojas, empreendimentos imobiliários, hotéis e alta gastronomia.
Veja nosso guia para a cidade:
Qual a melhor época para ir em Petrópolis?
A cidade possui um clima ameno com temperatura média anual de 19ºC, podendo ser visitada durante o ano todo. No entanto, recomendamos o período de maior seca, entre maio e setembro, quando as chances de chuvas são mais escassas e a temperatura traz um charme europeu particular, com a mínima média em torno de 10ºC, mas entre junho e agosto pode se aproximar do zero grau. Vale ressaltar que a maior parte das atrações é a céu aberto e, portanto, as chuvas no verão podem atrapalhar o passeio e alagar algumas ruas.
Dica: a cidade tem no turismo uma de suas principais fontes de renda e, portanto, possui um calendário cultural extenso, com inúmeras festas, feiras gastronômicas e eventos, como a Bauernfest (Festa do Colono Alemão – veja em “Bauernfest: Festa do Colono Alemão“) no final de junho/início de julho e o Serra Serata (Festa do Colono Italiano), entre setembro e outubro.
Quanto tempo ficar em Petrópolis?
O centro histórico é compacto e facilmente percorrido a pé em um dia, sendo uma das opções de passeio para os turistas que visitam a cidade do Rio de Janeiro. No entanto, para conhecer outros distritos como Itaipava e desfrutar, com calma, recomendamos dois dias inteiros (ou um final de semana).
Como chegar em Petrópolis?
O aeroporto mais próximo é o Internacional do Rio de Janeiro, mais conhecido como Galeão, (a menos de 60 km da cidade), de onde é possível alugar um carro ou ir até a rodoviária para embarcar em um ônibus até Petrópolis. Da capital, existem três alternativas:
- Carro: nossa principal sugestão, sobretudo se desejar conhecer áreas mais afastadas da cidade.
- De Belo Horizonte: pela BR-040 (370 km).
- Do Rio de Janeiro: pela BR-040, mais conhecida como Rodovia Washington Luiz (75 km).
- De São Paulo: pela BR-116 (Rodovia Presidente Dutra), seguida pela BR-040 (450 km).
- Excursão: diversas empresas de turismo cariocas oferecem passeios com duração de um dia inteiro.
- Ônibus: existem ônibus que saem do Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte com destino a Petrópolis.
Onde comer em Petrópolis?
Preparamos o post “Petrópolis: Onde Comer?” destinado apenas a responder est pergunta e ilustramos todas as dicas gastronômicas.
Onde ficar em Petrópolis?
Se o objetivo é conhecer a cidade, o melhor local para se hospedar é no centro histórico, permitindo o turismo a pé. Recomendamos (e já ficamos antes de morar na cidade!) com custos e qualidade distintas, mas com ótimo atendimento, quartos confortáveis e estacionamento incluso: Pousada Solar do Império (na Praça da Liberdade e o mais sofisticado!), Casablanca Center (no início da Rua Teresa), Grande Hotel (próximo do Museu Imperial) e Hotel Grão Pará (no final da Rua do Imperador e o mais simples, porém bem agradável!).
A cidade possui outras inúmeras opções (veja todas aqui). No centro, sugerimos, ainda, Casa Rosa Boutique Hotel, Villa Catarina, Pousada Pataca de Prata, Hotel Casablanca Koeler, Hotel Casablanca Imperial, Pousada Dom, Hotel & Pousada Princesa Isabel Rua Teresa e Hotel Petrópolis Inn (um pouco mais distante).
Se o objetivo for um pequeno retiro da cidade grande para desfrutar da excelente gastronomia de Itaipava e arredores, recomendamos a Pousada Le Siramat (em Nogueira), a Pousada Fazenda das Videiras (em Araras), o Bomtempo Resort, a Pousada Altenhaus, a Pousada Les Roches, o Saison Spa, o Parador Santarém, a Pousada Tankamana (em Itaipava), a Pousada Paraíso (em Pedro do Rio) e a Pousada Artesanal Gourmet (na Posse).
Nota: Em abril de 2018 conhecemos a Pousada Paraíso em uma final de semana e simplesmente adoramos. É um pouco distante e há um pequeno trecho de terra, mas a comida é fabulosa – no almoço servem um buffet com opções simples e elaboradas e no jantar é a la carte, sendo fondue aos sábados -, os quartos super aconchegantes e a piscina de água natural uma delícia.
O que fazer? Roteiro Diário!
Descreveremos de forma contínua o roteiro, mas para fazer também a visitação a todas as atrações, serão necessários dois dias (o final de semana, como recomendamos!). Fique atento, pois a maior parte das atrações está fechada às segundas-feiras.
O passeio começa no final da subida da serra, antes do pórtico de entrada, com uma breve parada para um autêntico croquete alemão de carne e um sanduíche de linguiça nas tradicionais Casa do Alemão ou Pavelka (preferimos a primeira!).
Com energia renovada, vire à direita para a primeira e principal entrada da cidade. Passe pelo pórtico de entrada e logo (2km) você avistará o belo Lago Quitandinha, que faz parte do complexo homônimo, cujo prédio principal funcionou como um hotel e cassino (hoje centro cultural do SESC-Rio), em estilo alpino, inaugurado na década de 1940. Tem estacionamento e entrada gratuitos e vale uma parada para caminhar pelo lago, visitar o prédio ou andar de pedalinho no lago.
Uma das transversais (bem sinalizada) do outro lado do Quitandinha levará ao agradável Parque Crémerie, mantido pela prefeitura municipal e com entrada gratuita.
De lá, siga para o centro, com uma breve parada no Museu Casa do Colono, também mantido pela prefeitura e com entrada gratuita. O museu está situado em uma casa originalmente construída em 1847, no período da imigração alemã, com as características das habitações da época das cidades e aldeias do interior da Alemanha. Não deixe de conferir as fotos da cidade no século XIX!
Estacione o carro no centro e aproveite para dar uma volta pela Rua Teresa e Rua do Imperador, principais ruas comerciais da cidade. A Rua Teresa é o epicentro das confecções têxteis familiares ao longo dos seus 2km de extensão, mas é preciso garimpar para um item que tenha qualidade e preço bom. Já a Rua do Imperador está voltada para os serviços básicos do petropolitano – bancos, padarias, mercados e lojas. Paralela à Rua do Imperador, encontra-se a Rua Dezesseis de Março, com filiais de lojas da capital fluminense e da Casa do Alemão.
Siga, então, a pé pela Rua do Imperador até a Rua da Imperatriz, passando pela bela Praça Dom Pedro, para chegar ao Palácio Amarelo (atual Câmara de vereadores), construção datada do século XIX.
Do outro lado fica o Museu Imperial. A visita à construção que já foi o Palácio Imperial é imperdível e começa pelos belos jardins por onde o imperador passeava, continua pela visitação paga ao interior do museu e exterior (com as carruagens e antigas locomotivas) e termina com um delicioso café no bistrô instalado nos jardins (Duetto’s Café e Bistrô – veja no post “Onde fazer um lanche ou tomar um café no centro?“). O acervo é imenso, disponibiliza audioguia e está muito bem conservado!
Terminada a visitação, siga pela mesma rua em direção à Catedral de São Pedro de Alcântara, em homenagem ao padroeiro da cidade. Os primeiros projetos são do final do século XIX, mas a conclusão só ocorreu no início da década de 1920. O estilo neogótico e grandeza lembram as catedrais europeias. Dentro da Catedral encontramos belos vitrais, uma magnífica Via Crucis e o Mausoléu Imperial, onde estão os restos do imperador Dom Pedro II e da imperatriz Teresa Cristina.
Vire à direita na saída da catedral para a Avenida Ipiranga, passe pela Igreja Luterana, de 1863, e caminhe até a Casa Ipiranga, também conhecida como Casa dos Sete Erros – pelas pequenas diferenças entre o lado direito e esquerdo -, erguida em 1884 pela família Tavares Guerra, onde atualmente funciona um museu. Nos jardins da casa fica o relógio de torre (mais antigo de Petrópolis) e o Bistrô Bordeaux, bem conceituado restaurante da cidade (veja no post “Onde Comer no Centro?“).
Cruze a rua e descanse no Parque Natural Municipal de Petrópolis antes de retornar pela Ipiranga até a Praça da Liberdade, apreciando os históricos prédios da Av. Koëller – todos muito bem sinalizados por placas turísticas. Duas paradas são obrigatórias. A primeira é na Casa da Princesa Isabel, logo no início da avenida, erguida em 1853 em estilo neoclássico e adquirida pelo Conde D’Eu e pela Princesa Isabel. Recomendamos uma rápida visita ao pequeno, mas interessante museu sobre a imigração alemã com peças de papel em tamanho real. Mais adiante, observe o Palácio Rio Negro, erguido pelo Barão do Rio Negro no final do século XIX, mas vendido ao Governo Federal, tornando-se a residência oficial de verão da Presidência da República. Vale a visita (gratuita!). A vista da catedral no final da avenida é magnífica.
A Praça da Liberdade é rodeada por algumas atrações turísticas: a Universidade Católica de Petrópolis, o Relógio de Flores, a Praça 14 bis, com a réplica da invenção de Santos Dumont, e sua antiga residência transformada no Museu Casa Santos Dumont (pago).
Ao redor da praça, recomendamos dois restaurantes: o gostoso e tradicional Massas Luigi e o fabuloso português Imperatriz Leopoldina (dentro da Pousada Solar do Império) – veja no post “Onde Comer no Centro?“.
Caso esteja com tempo (ou esteja chovendo!), um programa diferente é o Museu de Cera, localizado entre o Relógio das Flores e a Praça da Liberdade, em um casarão antigo da cidade. Um dos diferenciais é a presença de integrantes da família real, além de personagens e ícones clássicos, como artistas brasileiros e internacionais famosos.
Antes de seguir, não deixe de entrar no Libery Garden, um portão de ferro ao lado do Museu de Cera. Dentro do “jardim”, uma pequena fábrica regional de chocolate – Chalé do Chocolate – vende trufas e barras de chocolate artesanais (e deliciosas!), uma boa parada enquanto visita as principais lojas de souvernirs da cidade.
Siga, então, pela Avenida Roberto Silveira até o final e vire à direita na Alfredo Pachá. Você chegará à tradicional Cervejaria Bohemia. A visita ao museu é imperdível e de altíssimo nível: conta a história da cerveja ao longo dos séculos até a chegada e produção no Brasil. O tour inclui uma degustação, mas, se tiver tempo, recomendamos uma parada no bar ou no restaurante (veja no post “Onde Comer no Centro?“), dentro da Bohemia. Ambos excelentes!
De volta à rua, siga até o Palácio de Cristal, construído em 1884, com sua estrutura de ferro vinda da França, encomendada pelo Conde D’Eu. Originalmente abrigava espécies hortícolas e, atualmente, recebe importantes eventos (como a Bauernfest – veja mais em “Bauernfest: Festa do Colono Alemão“), mas pode ser visitado pelo público (entrada franca).
Retorne ao carro para conhecer a última atração antes de seguir para o distrito de Itaipava – Trono de Fátima. O acesso é por uma estreita rua logo após o Relógio de Flores – rua Monsenhor Bacelar. Construído no final da década de 1940 em homenagem à Nossa Senhora de Fátima, situa-se no alto de um morro com uma bela vista da cidade. Possui uma pequena e simples capela e uma estrutura de 14 metros de altura apoiada em sete colunas que representam os dons do Espírito Santo e uma imagem da santa no meio.
Deixaremos, então, Petrópolis (siga as placas na saída do Trono) com destino à Itaipava para uma breve visita (30 minutos de carro). Itaipava, como dissemos, é um distrito badalado, apreciado pelos cariocas pelos luxuosos hotéis e excelente gastronomia (como o Parrô do Valentim, o Parador Santarém, o Parador Valência – veja no post Onde Comer em Itaipava?).
A parte turística da cidade é sobretudo o passeio no Parque Municipal de Petrópolis (gratuito), a Feirinha de Itaipava (do outro lado da entrada principal do distrito pela BR-040) – com artigos regionais e vestuário – e também o passeio pelos inúmeros e agradáveis shoppings e lojas às margens da Estrada União Indústria, principal via da cidade. Diferente de Petrópolis, existem não apenas lojas regionais, mas também grifes de luxo.
Para os que desejam ficar mais tempo na região, recomendamos ainda:
- Passeio e almoço em um dos restaurantes do Vale das Videiras, em Araras (outro distrito de Petrópolis) – veja mais em “Onde comer em Araras?“.
- Visita ao Parque Nacional da Serra dos Órgãos – sede Petrópolis, em Corrêas.
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Segui as dicas de vocês e não me arrependi!!! ??????
Obrigada Bruna! Ficamos felizes que tenha gostado!
Ola!! Adorei as dicas mas gostaria de saber se dá pra fazer isso tudo em apenas dois dias…
Dá pra ver todo acervo do Museu Imperial??
Ola Thais.
Ficamos felizes que tenha gostado.
É possível fazer esse roteiro em um final de semana ou durante a semana (desde que não seja segunda, quando grande parte das atrações está fechada), ou seja, dois dias inteiros. As distâncias em Petrópolis são curtas e os museus e casas culturais não são grandes.
O Museu Imperial possui uma exposição permanente que está aberta à visitação do público, com um ótimo acervo da época do Império.
Qualquer dúvida, seguimos à disposição.
Adorei o post! Fui a pouco tempo almoçar em araras e dei um voltinha rápida em Petrópolis, foi ótimo! Tão pertinho e nunca vou, quero voltar e passar o final de semana
Muito obrigado! Esses bate e volta valem super a pena.
Que roteiro show! Tô babando pelas fotos (tanto das atrações como das comidas!).
Roteiro prontinho para salvar e imprimir. AMEI! Bjs
Muito obrigado!!!
Uau!! Havia me esquecido como é linda esta cidade.
Fui a mais de 15 anos, preciso voltar urgente.
Adorei o post.
Obrigado Marthon.
Quando vier avise!
Grande abraço
Infelizmente ainda não conheço, mas tive uma boa experiência lendo seu posto. Mto legal…preciso reservar um fds para conhecer
Ficamos muito felizes.
Não vai se arrepender!!!
Adoro essas duas cidades! Sempre tiro um fim de semana durante o inverno pra subir a serra e curtir um friozinho. Uma vez coloquei o restaurante de massas Luigi na listinha, mas tava cheio e não consegui ir. Da próxima vez com certeza eu vou rs
Vale super a pena e tem um ótimo custo-benefício.
Todo mundo fala que vale muito a pena visitar Petrópolis, e por esse post vi que vale mesmo!! Quanta arquitetura linda, entendi porque chama “Cidade Imperial”. Tão romântica também, né? Outra coisa que chamou atenção foram as comidas.. Geeeente!!! Risoto, tornedor.. Passaram bem, hein! hahaha Show demais as dicas!
Demais Livia! Muito obrigado.
Já vou direto na comida hahahah show demais esse lugarzinho em Petrópolis!
Hehehe! Bom demais mesmo!
O roteiro é ótimo, porém esse negócio de eu não poder copiar e colar no meu arquivo prá fazer o MEU roteiro de viagem não faz sentido.. 🙁
Boa noite Elen.
Ficamos felizes que tenha gostado.
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