Moscou: Arbat, Catedral Cristo Salvador, Convento Novodevichy e Pq. Gorky
Conforme explicado no post sobre Moscou, vamos começar o segundo dia pela rua Arbat (Арба́т), uma das principais e mais antigas do centro de Moscou, existente desde o século XV e totalmente revitalizada nos séculos XVIII e XIX, tornando-se uma área nobre da cidade, repleta de artistas. É uma excelente região para passear e comprar souvenirs.
Se não tiver tomado café da manhã ou desejar um pequeno lanche, recomendamos a rede de cafeteria russa Shokoladnitsa (Шоколадница), logo no início (Arbat 1). É uma excelente opção para provar alguns bolos como Napoleão (creme), Praga (chocolate) e Anna Pavlova (merengue).
Quase no final da Arbat, na esquina com a Plotnikov (Плотников), uma escultura chama a atenção: o monumento em homenagem a Bulat Okujava, escritor e poeta russo que se opunha ao regime socialista.
Continue até o final da Arbat e vire à esquerda para encontrar o Ministério do Exterior da Rússia (Министерство иностранных дел России) em uma das “Sete Irmãs de Stalin“, que mencionamos no post de introdução sobre Moscou. A construção com 172 metros e 27 andares foi concluída em 1953 e fazia parte do plano soviético de mostrar a modernidade arquitetônica em arranha-céus, presentes em grande número no Ocidente.
Embora tenhamos feito o deslocamento para a próxima atração a pé (3 km), se preferir há uma estação de metrô da linha 3 próxima (Smolenskaya – Смоленская) e o destino é a Sportivnaia (Спортивная), linha 1. Como será necessário a troca de linhas, o tempo gasto é muito semelhante, mas obviamente menos cansativo. No entanto, como gostamos de caminhar para conhecer áreas distintas da cidade, mesmo as pouco turísticas, seguimos em direção ao rio Moscou (Moskva) e continuamos até o Convento de Novodevichy (Новодевичий Монастырь), sem nenhum ponto muito relevante.
O Convento Novodevichy, com uma estrutura muito semelhante ao Kremlin e considerado Patrimônio da Humanidade desde 2004 pela UNESCO, teve sua construção iniciada em 1525 com a catedral da igreja ortodoxa russa dedicada à Nossa Senhora de Smolensk. No final do século seguinte, ganhou o formato atual com o acréscimo de novas instalações. Uma curiosidade é que foi muito usado pela realeza para que os maridos pudessem casar novamente, deixando suas esposas “disponíveis para Deus”.
Infelizmente grande parte estava em reforma em agosto de 2017 e, por isso, optamos por não entrar e desfrutar do agradável parque no entorno. Pelo que lemos, o interior da catedral lembra muito aquele das catedrais do Kremlin. No cemitério homônimo, localizado ao lado do convento, estão os túmulos de diversos personagens da história russa, como Boris Yeltsin.
Siga até a estação Sportivnaia (Спортивная) e pare na Park Kultury (Парк культуры), ambas da linha 1. Do outro lado do rio encontra-se o Parque Gorky (Парка Горького – Park Gorkogo), o maior parque de Moscou, aberto em 1928. O destaque fica para a suntuosa entrada, além das esculturas e fontes. Infelizmente tivemos um problema com a bateria da máquina e perdemos as fotos do parque.
Como fizemos parte do trajeto do metrô a pé, descobrimos algumas construções que são majestosas, como a Igreja de São Nicolau (Церковь Святителя Николая в Хамовниках – Tserkov Svyatitelya Nikolaya V Khamovnikakh) e o Ministério da Defesa da Federação Russa (Министерство обороны Российской Федерации), construído no auge do período soviético, em 1940, e, portanto, com os traços marcantes da época. Não acreditamos que justifique o desvio, mas valem para sinalizar a importância de estarmos sempre alertas durante a caminhada a tesouros escondidos pela cidade.
Siga em direção à Catedral de Cristo Salvador. Não deixe de reparar no imenso monumento de quase 100 metros de altura que parece uma caravela com uma estátua gigantesca sobre a embarcação. O Monumento a Pedro I (Памятник Петру I) foi inaugurado em 1997 em comemoração aos 300 anos da Marinha da Rússia.
Vire na ponte Patriarshiy que desemboca no mesmo plano da Catedral de Cristo Salvador (Хра́м Христа́ Спаси́теля – Khram Khrista Spasitelya). Essa catedral ortodoxa russa tem 103 metros de altura, sendo considerada a mais alta igreja ortodoxa cristã do mundo. Erguida no século XIX para celebrar a vitória sobre Napoleão, foi reconstruída na década de 1990 após ser destruída por Stalin em 1931. O interior é belíssimo e a vista da cidade a partir da cúpula espetacular. Vale lembrar que não é permitida a entrada com blusa sem manga, bermuda ou saia curta.
Terminada a visita, desça para o agradável jardim e contemple a linda estátua em homenagem ao imperador Alexander II (Памятник Александру II).
Pela rua Volkhonka (Волхонка) vá até um largo cruzamento, em frente ao Kremlin, onde o imponente Monumento ao Príncipe Vladimir (Памятник князю Владимиру), responsável pela cristianização russa, chamará sua atenção com seus quase 17 metros de altura.
Do outro lado da avenida, observe a Casa Pashkov (Пашко́в дом), uma mansão em estilo neoclássico do final do século XVIII, considerada uma das construções mais lindas da cidade. Faz parte do complexo da Biblioteca Estatal Russa.
Termine o dia no final do quarteirão da mansão, admirando o complexo da Biblioteca Estatal Russa (Российская государственная библиотека), a quarta maior biblioteca do mundo, com mais de 43 milhões de itens, sendo 17 milhões de livros. Caso tenha sobrado tempo, que tal voltar aos Jardins de Alexandre (à sua direita!) e sentar em um dos bancos?
Depois de muito caminhar, nada melhor que celebrar esse ótimo dia em Moscou em um dos mais renomados restaurantes da capital dedicado à culinária do país, o Café Pushkin (Пушкинъ, na Tverskoy Boulevard/Тверской бульвар 26А), em homenagem ao poeta russo. O site oficial é ótimo com o cardápio, incluindo os preços (caros!).
Com uma decoração retrô, dentro de uma bela mansão barroca, o restaurante oferece dois ambientes distintos: o Library Hall e o Pharmacy Hall. Optamos pelo segundo pelo concerto de música clássica durante o jantar – confira no site os dias! Se possível, reserve com antecedência (existe um formulário em inglês na página online), sobretudo nas noites do concerto. Vale lembrar que o vestuário recomendado é o esporte fino.
Pedimos o chebureki (muito parecido com nosso pastel!) e panquecas de vitela de entrada, seguido do autêntico estrogonofe de carne e do típico pojarski de vitela com batatas e molho de cogumelos. De sobremesa, o bolo de mel (honey cake) e o indescritível Café Pushkin. Além do ambiente divino, a comida estava fabulosa e carta de vinhos é excelente! Apesar de caro, vale cada centavo.
No terceiro dia concluiremos os principais pontos turísticos de Moscou, com a visita ao mausoléu de Lenin, arsenal e joias da Coroa, Bunker 42 e estações de metrô.
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