Moscou: Praça Vermelha, Kremlin, São Basílio, Jardins de Alexandre e GUM
Conforme explicado no post sobre Moscou, vamos dedicar o primeiro dia a alguns cartões-postais da cidade. Sugerimos começar o dia no Kremlin, a enorme fortaleza dentro de Moscou que reúne cinco palácios, incluindo a residência do presidente russo, e quatro catedrais, além das belíssimas muralhas e torres. O complexo serviu de base aos líderes desde o século II a.C., mas foi apenas no século XIV que a palavra Kremlin foi usada. As muralhas datam do século XV e o interior sofreu inúmeras modificações ao longo dos séculos. É considerado Patrimônio da Humanidade desde 1990.
Veja nosso guia para o Kremlin:
Como visitar o Kremlin?
Existe um número máximo de visitantes por dia e por horário, com variação ao longo do ano, inclusive do dia que não é aberto ao público (quintas-feiras em 2020). Para complicar, as filas nas bilheterias localizadas nos Jardins de Alexandre (Александровский сад – Aleksandrovskiy sad) começam cedo e, em alta temporada, são imensas. Por isso, para não perder tempo e saber exatamente o horário que poderá ingressar, recomendamos a compra antecipada no site oficial, sendo necessária apenas a troca do voucher pelo ingresso na bilheteria em filas bem menores, embora ainda grandes. Por isso, chegue bem cedo à bilheteria para não perder tempo! Vale ressaltar que uma vez no interior, não existe horário para saída.
Quais os tipos de ingresso para o Kremlin?
- Complexo das Catedrais: inclui a visita às catedrais do Arcanjo, da Anunciação e da Dormição, o Palácio Patriarcal com a Igreja dos 12 Apóstolos, a Igreja da Deposição das Vestes e o Campanário de Ivan, o Grande.
- Torre dos Sinos de Ivan, o Grande: ingresso vendido apenas nas bilheterias do Kremlin para entrada no dia. Como não é uma atração muito disputada e tem uma fila separada, é possível comprar no dia da visitação ao complexo das catedrais. Foi o que fizemos!
- Câmara do Arsenal: visita ao arsenal bélico e histórico desde a época dos czares. Não é imprescindível, embora seja bem interessante. É importante ressaltar que para o acesso aos tesouros e joias da coroa russa, não é necessária a compra deste ingresso, embora seja frequente e comum a entrada pela Câmara do Arsenal com o pagamento adicional da entrada (em dinheiro!) durante a visita com a vantagem de não necessitar de agendamento prévio.
- Diamond Fund: ingresso vendido apenas nas bilheterias do Kremlin ou já no interior da Câmara do Arsenal para visita à imperdível exposição das joias da coroa e dos famosos ovos Fabergé.
Qual a nossa sugestão para a visita ao Kremlin?
Recomendamos a compra antecipada dos ingressos pela internet para dias distintos, da mesma forma que dividimos o roteiro sugerido para a cidade. Como os tíquetes têm horário para entrada na atração, ao dividir em dois dias, não existe a possibilidade de faltar tempo ou o mesmo ficar ocioso. Sugerimos, ainda, a compra do “Complexo das Catedrais” para o primeiro horário, o que permitirá um momento com menor aglomeração de pessoas na Praça das Catedrais.
Quais os cuidados da visita ao Kremlin?
Considerando a importância histórica e o uso político atual, a segurança é ainda mais reforçada e existem áreas no interior onde não é possível circular. Portanto, os apitos de alerta dos policiais são comuns, para sinalizar os trajetos adequados. Além disso, recomendamos evitar mochilas e bolsas grandes, não existindo restrição quanto ao vestuário. Não é permitido fotografar no interior dos museus!
Roteiro do dia: Kremlin, Praça Vermelha e Jardins de Alexandre
Nesse primeiro dia faça então o Complexo das Catedrais com a Torre dos Sinos. A entrada ocorre pela Torre Troitskaya, também conhecida como Torre da Trindade (Троицкая Башня – Troitskaya Bashnya), construída no final do século XV, com 80 metros de altura.
Logo após a entrada da torre, à direita, encontra-se o Palácio Estatal do Kremlin (Государственный Кремлёвский Дворец), o mais recente prédio da fortaleza e muito utilizado para concertos. Na praça adiante estão expostos diversos canhões russos, com destaque para o Canhão do Czar (Царь-пушка – Tsar Pushka), construído em 1586, com quase 40 toneladas e 5 metros de altura. Nunca foi usado!
Continue para a Praça das Catedrais (Соборная площадь – Sobornaya ploshchad), passando – sem entrar – pelo Palácio Patriarcal e pela Igreja dos 12 Apóstolos, de 1653. É nessa praça que ocorreram as coroações e velórios dos czares russos e grandes nomes da história do país. A Catedral da Dormição (Успенский Собор – Uspensky Sobor), logo à direita, construída entre 1475 e 1479, foi o local de coroação dos czares, começando com Ivan, “o Terrível”.
À esquerda encontra-se o Campanário de Ivan, o Grande (Колокольня Ивана – Kolokolya Ivana), fundado em 1600. Os primeiros pavimentos são destinados a um museu e a torre pode ser acessada, mediante o ingresso mencionado no início do post. Vale a subida para uma bela vista do Kremlin.
Na outra face da praça está a Catedral do Arcanjo São Miguel (Архангельский собор – Arkhangelsky sobor), construída entre 1505 e 1508, em estilo renascentista e com belos afrescos no interior. Foi o local de sepultamento dos czares e grandes príncipes russos.
Ao lado está a Catedral da Anunciação (Благовещенский собор – Blagoveixtxenski sobor), construída entre 1484 e 1489 e principal igreja dos Grandes Príncipes de Moscou, com o Palácio das Facetas (Грановитая палата), de 1492, à direita. Atrás o Grande Palácio do Kremlin (Большой Кремлёвский дворец – Bolschoi Kremljowski Dworez) é o destaque. Erguido em meados do século XIX com o objetivo de servir como residência dos monarcas, sua finalidade foi mantida até os dias de hoje, funcionando como residência oficial do Presidente russo.
Fechando as igrejas da praça, escondida atrás da Catedral da Dormição está a Igreja da Deposição das Vestes (Церковь Ризоположения – Tzerkov rizpolojenya), erguida no final do século XV em estilo russo clássico, semelhante à Catedral da Anunciação. No interior, a iconóstase – espécie de biombo ricamente adornado com ícones, responsável pela separação da nave da igreja do altar – e os afrescos chamam a atenção. Volte para conhecer o Palácio Patriarcal e a Igreja dos 12 Apóstolos, que pulamos no início. Concluída a visita, continue até o final da praça e vire à direita para passar em frente ao Grande Palácio do Kremlin, sem seguir para o Arsenal.
Retorne sem entrar na Praça das Catedrais e, em frente ao Campanário, observe o Sino do Czar (Царь–колокол – Tsar Kolokol), construído entre 1733 e 1735. Considerado o maior do mundo, com mais de 220 toneladas, 6 metros de altura e 6 metros de diâmetro, quebrou em 1737 durante um incêndio.
Do outro lado da rua está a Praça Ivan com a Torre Spasskaya (Спасская башня), concluída em 1491, à direita e, à esquerda, o Palácio do Senado (Сенатский дворец), construído em meados do século XVIII e atualmente utilizado pela administração presidencial. Não deixe de atravessar para contemplar uma das mais belas vistas do Campanário e das Catedrais do Kremlin.
Fechando o Kremlin, um agradável e colorido jardim convida o visitante para uma pausa e reflexão sobre as belezas contempladas no imenso complexo.
A saída é pela Torre Spasskaya e, ao passar por baixo do arco, chegamos à Praça Vermelha (Красная площадь – Krasnaya ploshchad), cujo nome não tem relação com o período soviético ou a cor dos muros do Kremlin, mas sim à palavra russa Krasnaya que também significa bonito e se referia a um pequeno trecho entre a torre e a Catedral de São Basílio. Ao longo de seus mais de 500 anos de história, essa região de Moscou foi palco de importantes eventos políticos e culturais, tendo sofrido diversas alterações no período.
Logo à direita está a colorida Catedral de São Basílio (Собор Василия Блаженного – Sobor Vasiliya Blazhennogo), construída entre 1555 e 1561 por Ivan, “o Terrível”, para comemorar uma vitória. Compreende oito capelas ao redor da torre central, cada qual dedicada a um santo homenageado em uma vitória. A lenda urbana diz que o czar deixou o arquiteto cego para evitar uma obra mais bela! Considerada Patrimônio da Humanidade pela UNESCO desde 1990 e transformada em museu, os ingressos são vendidos na bilheteria em frente (quando estivemos, não era aceito pagamento em cartão!) e não existe restrição de vestuário. Vale lembrar que os horários e dias de funcionamento variam ao longo do ano e, portanto, sugerimos uma consulta antes da visita no site oficial!
Na saída, não deixe de observar o Monumento a Minin e Pozharsky (Памятник Минину И Пожарскому), erguido em 1818 em homenagem aos príncipes Minin e Pozharsky, que expulsaram o exército da união Polônia-Lituânia em 1612. Praticamente ao lado está o Lobnoye Mesto (Лобное место), um enorme “palanque” de pedra construído no início do século XVI onde ocorriam pronunciamentos para os cidadãos.
Ainda na praça, a enorme construção à direita é o GUM (ГУМ), abreviação de Loja de Departamento Estatal (Глáвный универсáльный магазѝн – Glávnyj Universáĺnyj Magazín), nome da principal loja de departamento de inúmeras cidades da antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), onde eram distribuídos bens de consumo à população. O prédio, estatizado após a Revolução Russa de 1917, existe desde 1893, inaugurado como centro comercial. Com o fim da URSS, transformou-se em um dos shoppings mais caros e elegantes do mundo.
Existem restaurantes dentro do GUM, alguns com espaços externos para a Praça Vermelha. Pensamos em conhecer algum, mas os relatos na internet foram muito diversos e, considerando o perfil turístico, optamos por não arriscar. No entanto, todas as vezes que passamos por perto, aproveitamos para um delicioso sorvete para amenizar o forte sol do verão russo.
De frente para o GUM, no centro da praça, está o Mausoléu de Lenin (Мавзолей В. И. Ленина – Mavzolei Lenina), local onde está o corpo embalsamado do líder russo. Explicaremos melhor sobre a visitação no roteiro do terceiro dia.
Ainda na Praça Vermelha, a Catedral de Kazan (собор Казанский) impressiona. Essa igreja ortodoxa russa foi construída em 1600, mas foi reconstruída em 1993 após a destruição por Stalin em 1936, durante o período soviético. Diferente das demais, ainda tem finalidade religiosa e, portanto, a entrada é gratuita e é recomendado vestuário adequado, incluindo saia longa ou calça comprida, além de blusa com manga.
A estreita rua de pedestres entre o GUM e a Catedral (Nikolskaya – Никольская) tem boas opções para lanches rápidos. Uma sugestão é o Teremok (Теремок), uma cadeia de fast food russa, que serve bebidas e pratos típicos do país, tornando-se uma alternativa barata e simples para os viajantes que desejam experimentar a culinária sem grandes dificuldades. Provamos e super recomendamos, principalmente se deseja comer um pouco de tudo e, assim, filtrar o que pedir nos restaurantes mais elaborados. Pedimos blinis (panquecas), borscht (sopa de beterraba), sopa de cogumelos e pelmeni (massa recheada). Para beber, sugerimos o Kvass (bebida fermentada) e o Mors (suco de cramberry).
Fechando a Praça Vermelha, vale destacar o quanto encanta o vermelho vivo e os traços pontiagudos do Museu Histórico do Estado (Государственный исторический музей – Gosudarstvenny istoricheskiy muzyey). Fundado em 1872, a coleção é surpreendente abrangendo desde relíquias pré-históricas até obras de valor inestimável.
Atravesse o Portão da Ressurreição (Воскресенские ворота), construção de 1535 e único portão da Kitai-gorod, uma área de grande importância histórica que continha fortificações e ruas habitadas por cidadãos da nobreza. Do outro lado está a Capela Iveron, erguida em 1669 em madeira. Nesse templo, a população prestava homenagem ao reinado, antes de entrar na Praça Vermelha.
À esquerda está localizado os Jardins de Alexandre (Александровский сад), um complexo de jardins ao longo das muralhas do Kremlin aberto em 1923 após as guerras napoleônicas. Três atrações em seus quase 1 km de extensão valem ser visitadas. A primeira é o Túmulo do Soldado Desconhecido (Могила Неизвестного Солдата), um memorial dedicado aos soldados mortos durante a 2ª Guerra Mundial.
Mais adiante está o Obelisco à Dinastia Romanov (Романовский обелиск), importante família real da Rússia, Monumento ao Patriarca Hermogenes (Священномученик Ермоген – Svyashchennomuchenik Yermogen), figura histórica da igreja ortodoxa, o Monumento a Alexandre I (Памятник Александру I), antigo imperador da Rússia, e as Ruínas (Грот Руины), em memória à invasão napoleônica, construídas a partir de destroços de casas da capital russa. Ao longo da caminhada, repare nas placas ao longo da muralha do Kremlin!
Depois de um cansativo dia pelos principais cartões-postais da cidade, nada melhor que um jantar típico e despretensioso antes de retornar para o hotel. Na região, bem próximo ao GUM, sugerimos a filial da cadeia Varenichnaya nº 1 (Nikolskaya/Никольская 7), um restaurante em estilo soviético, com um cardápio extenso que contempla os pratos regionais. Essa foi nossa opção no último dia na cidade, quando procuramos um restaurante mais simples e local, embora em uma área turística. Pedimos o borscht (sopa de beterraba) e a salada Olivier (semelhante à nossa maionese) de entrada, seguido de um frango à Kiev, vareniki de carne (massa recheada) e uma carne à moda russa, fechando com a torta Pigeon (de creme e biscoito). Tudo estava muito saboroso!
No segundo dia acorde cedo para conhecer mais um pedacinho de incrível de Moscou, passando pela rua Arbat, Catedral Cristo Salvador, Convento Novodevichy e Pq. Górky.
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olá adorei seu post e queria imprimir
não estou conseguindo imprimir
obrigada
Beatriz
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